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segunda-feira, abril 24, 2006

Energia nuclear?


Excelente reportagem sic/expresso, ontem no jornal da noite:

"Passam vinte anos sobre o maior acidente nuclear da história da humanidade, mas a verdadeira história de Chernobyl ainda está por contar. É difusa a memória do acidente, é imprecisa a contabilidade das vítimas. Entre as querelas científicas à volta dos efeitos da explosão nuclear, sobra uma verdade insofismável - as crianças foram as grande vítimas de Chernobyl.

Num raio da 30 km à volta do reactor 4, o coração da tragédia, não há crianças. Foram desalojadas 350 mil pessoas, só 400 idosos voltaram. Anastasia Tchikalovets, de 82 anos, foi um deles. Regressou ao único sítio onde foi feliz, a aldeia de Opachichi, a 20 km de Chernobyl. Uma aldeia com apenas 19 habitantes - já foram mais de 3 mil - que, no Inverno, rodeada de densas florestas e com a neve a tornar as estradas intansitáveis, fica isolada do Mundo durante semanas.

A vida de Anastasia faz-se de partidas e regressos. Já tinha sido desalojada em 1942 pela tropas nazis, voltou a sê-lo em 1986 por causa do acidente nuclear, agora diz que só sai para junto do marido, que está no cemitério de Opachichi, enquanto enche a mesa com copos de vodka caseira, pimentos, fruta e cogumelos, o produto mais perigoso da região. Para ela, que come o que a terra dá, a radioactividade pura e simplesmente não existe, "se não já estaria morta há muito tempo". Anastasia gosta de jogar aos dados com a vida.

Do outro lado do Mundo, em Cuba, há um programa de ajuda às crianças vítimas de Chernobyl. No complexo hospitalar de Tarara já foram tratadas mais 18 mil crianças provenientes da Ucrânia e da Bielorrússia. Trata-se de uma zona rica em iodo, ideal para tratar problemas da tiróide, sobretudo o cancro da tiróide - a principal doença que é consequência directa da explosão nuclear. Mas o caso mais extraordinário que alguma vez passou por Tarara é o de Vladimir "Salaki". Chegou a Cuba com dez anos e o diagnóstico de uma doença incurável. Não conseguia sentar-se, deitar-se, não era sequer capaz de mastigar. A mãe tinha de levá-lo em braços para todo o lado, para a praia, para o quarto, escadas acima. Doze anos e cinco operações depois, duas neurológicas e três ortopédicas, Vladimir conseguiu sobreviver. Mais, já se senta, come, deita-se e consegue caminhar pelo seu pé. Reduziu a dose diária de medicamentos de 78 para apenas seis."

O que pensam sobre a energia nuclear?

8 Comments:

  • At 01:12, Blogger amigona avó e a neta princesa said…

    vi o programa e achei um espanto! Um povo que sofre embargos que tem uma vida humilde e faz... milagres!!!!

    Bom feriado!

     
  • At 10:27, Blogger Acmea said…

    tive pena de não poder assistir mas o posto ajudou a matar a curiosidade e a aprender algo mais sobre o assunto.

    bom feriado!

     
  • At 22:30, Blogger Nuno Costa said…

    Infelizmente não vi a reportagem. É aterrador as consequências devastadoras da energia nuclear. Por isso é preciso ponderar muito bem da sua utilização. Não tenho coñhecimentos técnicos-cientificos capazes de dizer se sou a favor ou não. Como técnico de saúde que sou, obviamente que o risco que acarreta para a saúde faz dizer que sou contra, mas as coisas não são assim tão simples. Há muitos outros factores e condicionantes que eu desconheço. Seja lá como for o exemplo dessa recuperação fantástica é uma mensagem e um sinal de esperança de que esta vida tem coisas maravilhosas!

    bjinhos*

     
  • At 22:34, Blogger Carmim said…

    Não tive oportunidade de ver a reportagem, mas achei o post importante e não podia deixar de dar a minha opinião.
    Respondendo à pergunta lançada, eu sou contra a energia nuclear.
    Por todos os motivos que já se conhecem como é o caso dos acidentes ocorridos em Three Mile Island, Sellafield ou mesmo Chernobyl.
    Apesar de todos os estudos e investigações científicas que procuram mostrar que os riscos da energia atómica podem ser "controlados", importa não esquecer que acidentes anteriores foram provocados por erro humano e sobre isso ninguém tem controlo absoluto.
    Estar sujeito a radiações, para além da morte, pode provocar mutações, responsáveis por aberrações genéticas nas gerações posteriores.

     
  • At 16:38, Blogger Miguel said…

    Provavelmente, um mal necessario!

    Nos proximos tempos será uma das alternativas energicas pois cada vez mais a energia é cada nais cara e escassa!

    Os votos de um BOM FDS XL!

    Bjks da Matilde

     
  • At 17:31, Blogger Squeezy said…

    infelizmente não tive oportunidade de ver a reportagem, mas vi a publicidade e pareceu-me bem interessante...

     
  • At 01:06, Anonymous Anónimo said…

    eu penso que um modo de acabar com as guerras passa pela destruição de todas as armas...assim neste aspecto sou totalmente contra a energia nuclear...no entanto actualmente coloca-se 1problema grave ke eh a procura de 1a energia alternativa...mas será a energia nuclear a melhor alternativa!?

     
  • At 14:14, Blogger 125_azul said…

    Da energia nuclear só temos as visões dos desastres mais terríveis... A menos que se seja seriamente versado no assunto, parece difícil votar. Compensará o bem que faz (?) pelo mal que provoca? Obrigado por fazeres pensar...

     

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